quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Aflição! - C. H. Spurgeon





Como um feixe de mirra produz seu aroma e como os pássaros cantam porque não podem fazer outra coisa, assim também Jesus ora. A oração cobria sua própria alma como se fosse um manto, e seu coração aparece vestido dessa maneira. Eu repito que esse deve ser o nosso exemplo e não devemos cessar de orar nunca, em nenhuma circunstância, por mais severa que seja a tribulação e por mais deprimente que seja uma dificuldade.
Além disso, prestem atenção na oração que estamos considerando, que nosso Senhor permanece na força da fé no que diz respeito a sua condição de Filho. A extrema prova que lhe acometia naquele instante não podia impedir de se apegar firmemente a Sua condição de Filho. Sua oração começa assim: “Pai”. Não foi desprovido de significado que Ele nos  ensinou a dizer quando orarmos: “Pai nosso”, pois nossa vitória na oração dependerá muito de nossa confiança em nosso relacionamento com Deus. Sob o peso enorme de grandes perdas e cruzes, somos inclinados a pensar que Deus não está tratando conosco como um pai para com seu filho, mas como um juiz severo com um criminoso condenado; mas o clamor de Cristo quando é conduzido a extrema dor que nós nunca experimentaremos, não mostra nenhuma hesitação no espírito de sua condição de Filho.

Quando o suor de sangue caiu abundantemente sobre o solo do Getsêmani, Seu clamor mais amargo começou assim: “Meu Pai”, pedindo que se fosse possível o Cálice passasse dEle; argumentava com o Pai como Seu Pai, tal como lhe chamou outra vez naquela escura e triste noite. Aqui Ele diz outra vez, nesta primeira frase das sete que pronunciou quando expirava: “Pai”. Oh! Que o Espírito que nos faz clamar: “Abba, Pai,” nunca deixe de operar em nós! Nós jamais seremos levados a escravidão espiritual por Sua operação: “Se és Filho de Deus”, se o tentador nos assedia, podemos triunfar como o fez Jesus faminto no deserto.

 
Que o Espírito que clama: “Abba, Pai!”, expulse todo medo incrédulo. Quando somos disciplinados, como temos de ser ( “porque que filho há a quem o pai não disciplina?), que possamos estar em amorosa sujeição ao Pai de nossos espíritos, e viver, sem nunca nos tornarmos cativos de um espírito de servidão, para duvidar do amor do nosso Pai misericordioso, ou duvidar de nossa adoção.